Segunda-feira, 12 de Dezembro de 2011

o amor faliu

 

Não são tempos de amor nem há tempo para o amor. Porque tempo é dinheiro e não há dinheiro. E é preciso dinheiro para amar. Para enviar flores cheirosas e mensagens sms pirosas. Ou enviar postais melosos e oferecer ursos amorosos. Para telefonar e conversar horas a fio, ou  juntar pantufas quando temos frio. Não há dinheiro para navegar pela internet e falar pelo facebook nem para oferecer um tablet ou um netbook. Não há dinheiro para jantares românticos ou motéis tântricos. Não há dinheiro para escapadelas de fim-de-semana ou feriados na planície alentejana. Não há dinheiro que chegue para surpreender a pessoa amada, não há dinheiro para nada. O amor só por si não chega, não se financia a si próprio. O amor não passa duma brincadeira se não houver dinheiro na carteira. É preciso capital para amar, para juntar e casar, e até para se separar e divorciar. É preciso dinheiro para se investir numa relação – pois o amor é tão-somente um conjunto de boas acções que apenas têm valor quando também têm cotação no mercado. 

 

Oferecer um anel de brilhantes ou um anel de diamantes não é a mesma coisa. Mas a família e os amigos – ou seja, o mercado – avaliam essas acções que valorizam o amor nas cotações. E sem dinheiro não há amor que resista quando não existe liquidez que patrocine a permanente conquista. O amor só por si não chega, não se valoriza a si mesmo. O amor e uma cabana só dura uma semana mas com dinheiro na algibeira pode durar uma vida inteira. Um coração cheio de amor não nos vale de muito quando temos pouco – não se pode andar de mão dada com as mãos cheias de nada. É preciso ter dinheiro no bolso e amor no coração para manter viva uma relação. Aos românticos inveterados e eternos apaixonados: sem dinheiro vão acabar separados. Aos casados de longa data e ainda aos solteiros com namorada: sem dinheiro, o amor não vos serve de nada. Não são tempos de amor nem há tempo para o amor. Porque tempo é dinheiro e não há dinheiro. O amor está em crise mas a culpa é da chanceler. Puta que a pariu... Por causa da Merkel, o amor faliu!

 

Um abraço...

shakermaker

 

para ver: Margin Call » Spacey / Bettany
para ouvir: Everything Counts » Depeche Mode » Construction Time Again
blogjob por shakermaker às 00:00

ISOLAR POST | RECOLHER POST

»posts & blogjobs

» música menstrual

» o amor faliu

» dead man walking

» alive and kicking

» saudade amolece

» música para gente grisalh...

» penálti de cabeça #01

» café puro

» mais (es)perto da estupid...

» do caixão ao berço

» você bate no seu pc?!

» parebenizar & desvaloriza...

» bamboleo bambolea

» subindo paredes

» videoclip #05

» recycle bin

» saturday night sweat

» deixem-me em paz!

» working class hero

» a frase feita: o lugar-co...

» foram espinhos contra ros...

» há coisas que eu sei

» (quase) tudo sobre justiç...

» videoclip #04

» surrealizar por aí

» (com)postura corporal soc...

» todos juntos somos mais

» (quase) tudo sobre cortej...

» amor: um silêncio coniven...

» o cintilante não é brilha...

» a conspiração do semáforo

» as lesmas & as alfaces

» molhar as partes pudibund...

» presos pelo nariz

» dog bless america

» inferência das coincidênc...

» eu acredito no mosquito

» quem tem o gay na barriga...

» tira-nódoas vs tira-teima...

» um eco do prazer

» estou cansado de ser sexy...

» amor: reavivando a memóri...

» cosmética sexual #02

» cosmética sexual #01

» amor: brincando com o fog...

» cravados na mente

» o universo paralelo

» mistério do objecto invis...

» 7 e picos, 8 e coiso, 9 e...

» #33

»séquito & móinas

»feeds & não-sei-quê

»tags

» todas as tags