Terça-feira, 16 de Dezembro de 2008

amor: reavivando a memória

 

No amor, a impressão de já se ter conhecido e vivido o que acontece é uma percepção exacta. A memória não consegue guardar a recordação da fusão entre o primeiro palpitar do coração e as primeiras palavras de paixão. Tanto a memória como a própria linguagem não distinguem um novo amor dum amor antigo, por terem sido, tanto uma como outra, fundidas duma só vez: a primeira. Mas este regresso da fusão, angustia. Com efeito, nesta sensação de novidade, mesmo na sua diferença óbvia e na sua fascinação patente, a única coisa que pode mesmo regressar é uma possível e repetida separação que lhe acontece. Isto porque, é precisamente nesse receio que renasce a memória e onde ressurge também a linguagem. Ou melhor, a sua inevitável alteração. E desse modo também a alteração de comportamentos. Porque é que o amor só se põe à prova na violência da perda? Porque a sua fonte é a experiência da perda. E os seus traços comuns são todas as coisas já passadas e entretanto perdidas. Porque, no amor, o seu alvorecer é ao mesmo tempo o reconhecer de algo que já sentimos anteriormente. E o seu recolher, é como se fosse um desmedido temor de voltar a perder. Podemos definir como amor tudo aquilo que em nós se renova nesse mesmo sentimento. Porém, ao final do dia e ao nascer de outro, continua a ser sempre o mesmo amor. O verdadeiro, o único.

 
Um abraço...
shakermaker

 

para ouvir: Bag It Up por Oasis em Dig Out Your Soul (2008)
para ver: Closer » Law/ Portman/ Roberts
blogjob por shakermaker às 00:00

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