Terça-feira, 13 de Novembro de 2007

povoando o mundo

 

As sociedades polígamas – várias mulheres para um homem – representam actualmente cerca de 44% das sociedades humanas, contra 55% de sociedades monógamas. Polígamos há muitos, como seria de esperar, mas é preciso observar de perto os monógamos. Primeiro que tudo, os monógamos perfeitos, com um só parceiro durante a vida, são raros. Na verdade, a maioria dos homens admitem ter tido 11 parceiras durante a vida, em comparação com 4 parceiros nas mulheres monógamas. Não esquecer que ambos podem estar a inflacionar as suas conquistas, nomeadamente os homens que são mais aldrabões. Então, feitas as contas, toda a gente é, na sua maioria, monógama num determinado momento. Se bem que também podem ser considerados polígamos em série. Para isto contribui sobremaneira o adultério com 20% dos homens e 11% das mulheres que confessam, sempre que inquiridos, terem sido infiéis aos seus parceiros. Ora, como é evidente, os mais infiéis são, geralmente, os homens. Mas podemos desculparmo-nos – esfarrapando – que estamos apenas interessados em povoar o mundo e assim contribuir para a dominância da nossa espécie. Por exemplo, suponhamos que um fulano chega a casa a altas horas da noite, sorrateiro, de pé ante pé, e é subitamente surpreendido pela mulher, que diz: – Oh Tozé, onde é que tu andaste até estas horas da madrugada? E o Tozé responde: – Oh querida, estive a contribuir para o crescimento demográfico em casa da vizinha. E ela: – Outra vez? Mas não fizeste isso ontem? E ele: – Sim, mas hoje a vizinha ficou viúva. E ela: – Então porque foste lá hoje? E ele: – Porque ontem apenas encornámos o marido, mas só hoje é que ele se enforcou por desgosto. E ela: – E o que é que isso tem haver para o caso? E ele: – Tem tudo, mulher, tem tudo! É que agora, eu e a vizinha, estamos só à espera que tu faças o mesmo!

 

Por outro lado, podemos ainda justificar a infidelidade dos machos afirmando que estes aumentam, dessa forma, as suas hipóteses de reprodução se multiplicarem as suas cópulas e que as fêmeas não ganham nada em ter parceiros uns atrás dos outros. Aliás, muito injustamente, podem ganhar certas e determinadas alcunhas pouco abonatórias. Seja como for, não é o aumento das suas probabilidades reprodutivas que leva um indivíduo, homem ou mulher, a dar facadas no matrimónio. O proveito é certamente mais imediato e agradável. É certo e sabido que o adultério está profundamente enraizado nas sociedades: tanto na antiguidade, onde era um verdadeiro regabofe, como nas civilizações modernas, onde impera uma maior discrição e devida prudência. Porém, convirá não esquecer que a poligamia subsiste, embora escondida, nas sociedades monógamas. Enquanto um chefe dum clã somali possui um número de esposas proporcional ao seu prestígio numa tribo, um empresário ocidental bem sucedido sustenta um número de amantes proporcional à conta bancária. Mas, atenção, em nenhum destes dois casos, o sexo envolve qualquer contrapartida monetária: é apenas uma questão de status para as partes envolvidas. Acresce que, recentemente, a poligamia ocidental assumiu uma forma menos críptica, por meio da troca de parceiros: o swing. Esta prática, marginal outrora, explodiu subitamente, provocando a proliferação de clubes de entusiastas em todas as grandes cidades. Apesar desta prática libertina consistir na convergência de homens e mulheres para o efeito, continua na mesma a ser uma forma de poligamia onde os homens são a espécie dominante. Sim, porque estas ideias partem sempre da cabecinha, entenda-se, dos homens. Em suma, a espécie humana possui certamente um fundo polígamo, cuja origem cultural e social evoluiu a partir dum monógamo infiel. Isto é: dê lá por onde der, a infidelidade persiste e ninguém lhe resiste!

 

Um abraço...

shakermaker

 

para ver: Talk To Me » Don Cheadle
para ouvir: Fuckin`In The Bushes » Oasis » StandingOnTheShoulderOfGiants
blogjob por shakermaker às 00:00

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