Segunda-feira, 6 de Agosto de 2007

il consiglieri

 

Sempre fui um fulano muito solicitado para dar a minha opinião. Desde jovem percebi que as pessoas me consultavam sobre os mais diversos assuntos e umas das coisas que sempre me causaram alguma estranheza é o facto de ser tido em boa conta por pessoas bem mais velhas do que eu. É comum perguntarem-me o que acho sobre determinado assunto, se concordo com determinadas coisas, se fazia o mesmo ou fazia de maneira diferente, se também comprava ou se vendia da mesma forma… Mas os pedidos de opinião não se ficam por aqui pois há quem me pergunte sobre que marca de automóvel comprar, qual a melhor zona para morar, em que restaurante vale a pena jantar, que tipo de periféricos são mais práticos de usar… Enfim, dou por mim a opinar sobre um pouco de tudo embora prefira não opinar sobre nada. Sim, apesar de gostar que me peçam uma opinião, creio que sou demasiado convincente e perigosamente persuasivo. Então se eu estiver mesmo convicto do que estou a dizer e fizer questão que prevaleça a minha opinião, posso influenciar definitivamente alguém. Isto tanto para o bem como para o mal. Vejamos... Há uns anos atrás, um amigo pediu-me opinião sobre a sua namorada. Perguntou-me o que é que eu achava dela, se aquela relação tinha pernas para andar, se porventura seria uma boa companheira para casar, etc. Vai daí, eu disse-lhe o que achava sobre a rapariga em questão e ele tomou em consideração a minha opinião. Passados dois meses, perdi um amigo mas ganhei uma nova namorada. Cá está, ninguém o mandou pedir-me uma opinião, azar! Na verdade, apesar do tipo ser meu amigo nunca o considerei um grande amigo, logo não olhei a meios para atingir os meus fins. E é precisamente este o perigo das opiniões… Porque se as levamos demasiado a sério corremos um risco iminente de sermos mal aconselhados por toda a gente. Uma opinião não é uma solução mas somente uma opção. No entanto, vou continuar a dar as minhas opiniões sempre que mas solicitem e também quando me convêm, claro está. Além disso, sinto-me bem neste papel, tal e qual como o Tom Hagen n`O Padrinho. Aliás, até somos parecidos. A tromba dum, o focinho doutro. Sim, eu sou um consiglieri.

 

Um abraço...

shakermaker

para ouvir: This Charming Man por The Smiths em The Smiths (1984)
para ver: The Godfather » F.Ford Coppola
blogjob por shakermaker às 00:00

ISOLAR POST | RECOLHER POST
De nena a 15 de Março de 2007 às 01:55
ahh..yá !..mtas vezes também me sinto assim..até me salta logo a poesia..

ai eu hoje tou tão boa!
que até a mim me deixo á toa..
tou tão boa, tão boa, tão boa,
mas tão boa , táo boa mesmo;
que raios me partam!
só se fores mesmo vesgo.

ps; tava capaz agora de fazer o pino e comer-me toda de enfiada...ó se tava|..
he.he..sou mesmo boa||||
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